10 de dezembro na Livraria Argumento do Leblon
O desembargador e professor
de Direito da Uerj, Gustavo Grandinetti, lança, na sexta-feira, 10 de dezembro,
às 18h, na Livraria Argumento do Leblon, o livro Romances no Trem da História.
Como o título da publicação sugere, trata-se de um romance histórico que
percorre três épocas em quatro países e envolve duas personagens principais,
com seus encontros e desencontros amorosos, alegrias, sonhos, tristezas e
frustrações políticas. O autor conta que começou a escrever o livro em 1987,
ainda numa máquina datilográfica, mas hoje, devido ao atual cenário político
resolveu finalizar sua obra. O autor também é o responsável pela arte da
capa, reprodução de uma pintura em óleo
de sua própria autoria.
“Depois de quase trinta anos
de gaveta, comecei a digitá-lo e me animei a terminá-lo em 2020. Trata-se de
uma obra de ficção, com base em alguns fatos históricos e personagens reais. É
conveniente avisar aos leitores quais são esses personagens. No capítulo 1, são
eles Fidel Castro e Nicolás Guillén. O primeiro é sobejamente conhecido. Seus
discursos, no romance, foram extraídos de falas verdadeiras, de amplo
conhecimento público, especialmente do seu discurso na ONU em 26/09/1960. A
frase em que Fidel se refere especificamente ao Brasil foi pronunciada em um
congresso mundial de mulheres, em Havana, em 1988, respondendo a uma pergunta
de uma brasileira. Já Nicolás Guillén foi um poeta cubano, muito festejado e
querido em seu país. O retrato à óleo que Cândido Portinari pintara e lhe dera
de presente é realidade. Eu mesmo tive a emoção e o privilégio de vê-lo
pendurado na sala do poeta Guillén, em 1988, quando fui a Havana tirar a foto
para trazê-la a João Portinari, filho do pintor, que estava catalogando a obra
do pai para o Projeto Portinari (nem se sonhava com internet e com foto
digital). Para aquela visita, eu havia me informado sobre o Nicolás para poder
conversar com ele, mas não foi possível porque
estava acometido de uma grave doença. No entanto, tive o privilégio de
ir a sua casa, onde conversei com uma filha dele e, finalmente, tirei a foto
(que, no entanto, ficou muito ruim, para desgosto do meu amigo João Portinari).
As poesias que aparecem no capítulo, atribuídas ao poeta, são mesmo de sua
autoria. Já a conversa com ele é uma ficção, inspirada em suas ideias e nas
referências e deferências que o povo cubano lhe fazia. A poesia que ele fez
para Candido Portinari foi musicada e cantada por Mercedes Sosa. Tudo o que se
passou no centro de treinamento em Cuba é ficção, bem como os personagens
retratados’’, diz o escritor.
Grandinetti faz um resumo do
capítulo 2. “OS líderes revoltosos Agostinho Neto e Daniel Chipenda são
personagens reais. Seus discursos são verdadeiros. Muitos dos diálogos a eles
atribuídos foram extraídos de seus discursos, também de conhecimento público.
Já Pompílio da Hora foi inspirado em um personagem real, Pompílio da Cruz.
Muito das falas e do temperamento do personagem coincidem com o lado público da
pessoa real de Pompílio da Cruz, inclusive a obstinação de manter o Império
português com as suas colônias, bem como a de concorrer para a Presidência da
República de Portugal. Sua família, no entanto, é criação ficcional. Os
acontecimentos narrados no romance coincidem, o mais possível, com os fatos
históricos documentados. Para isso, me vali muito do livro Angola: os vivos e
os mortos do próprio Pompílio da Cruz, publicado pela Editora Intervenção em
1976. Dele extraí as manifestações públicas do personagem Pompílio da Hora’’,
comenta o autor.
No capítulo 3, ele aborda os
personagens que conduziram a Revolução dos Cravos. “São reais: os militares que
iniciaram o movimento, especialmente Salgueiro Maia, o presidente deposto
Marcello Caetano, os sucessivos governantes que assumiram o governo para logo a
seguir serem derrubados, até o golpe de Ramalho Eanes. Todos foram personagens
reais daquele período conturbado e maravilhoso da História de Portugal. Os
acontecimentos históricos narrados no romance tentaram obedecer, o máximo
possível, os fatos históricos documentados. Para descrevê-los, utilizei
diversas fontes, mas, especialmente, o livro História do Povo na Revolução
Portuguesa – 1974–75 por Raquel Varela da Bertrand Editora, edição de 2014.
O escritor conta ainda que
no capítulo 4 muitos dos personagens do romance são as pessoas públicas que
participaram do processo político brasileiro e que conduziram o Brasil para a
redemocratização. “A fala de Tancredo Neves, no livro, é o discurso que ele
proferiu quando venceu a eleição indireta para a Presidência da República. Os
acontecimentos que levaram a essa trajetória também foram narrados de maneira
fiel aos fatos históricos documentados. Dentre as fontes pesquisadas, vale
citar a coleção de Elio Gaspari, A Ditadura, da Editora Intrínseca, de 2016. Tirando
esses personagens e esses fatos históricos tudo o mais é ficção. Não é ficção,
contudo, o anseio, muito concreto, real e verdadeiro, por um país melhor e mais
tolerante’’, finaliza Gustavo Grandinetti.
Parabéns!pelo seu profissionalismo. Quando é o assunto é comunicação, saca tudo. Jornalista, fotógrafa e marketing. Tenho prazer em dizer que, essa mulher é guerreira e amiga.
ResponderExcluirO desembargador e professor de Direito da Uerj, Gustavo Grandinetti, ter um poesia musicalizada por Mercedes Sosa é algo majestoso!
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