sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Paris e Louis Braille, presentes em meus sonhos!


Por: Elinalva Oliveira.

A deficiência visual se insere na história da humanidade segundo citações bíblicas, considerada um malefício comum e aqueles com a limitação, forçosamente era condenada a uma vida de expiação, pobreza e dificuldades, condição punitiva pelo ato maligno ou como um traço do destino, estando nas mãos do Criador, reverter tal condição.

Por minha vivência com alunos com deficiência visual acalentei um sonho para um dia visitar e conhecer a cidade luz cujo imaginário, vem da literatura e da sétima arte, o cinema. Meu olhar guardava traçados de uma cidade em misto de imagens e imaginação além da realidade. 

Paris em cada construção antiga guarda uma história, as margens do Rio Sena (em francês: la Seine) é salutar admirar suas águas e as tradicionais e exuberantes pontes. Por isso, a cidade exala e conserva os traços de um glorioso passado, hoje patrimônio do mundo. A Paris que buscamos é a cidade dos nossos sonhos, parte de nossas utopias, preservando nesse território os feitos gloriosos de um grande benfeitor da humanidade: Louis Braille, o precursor da inclusão social, que abriu as portas do conhecimento, aboliu a exclusão, redimiu o sofrimento de seus pares, tornando-se cidadão do mundo.

Dizem que há sempre um anjo, um alguém especial atando o laço eterno da amizade tecida em outros tempos, talvez, do outro lado do céu, a quem nosso coração logo reconhece por ser nossa alma gêmea. Fui agraciada na vida pela presença desse alguém, protetor, amigo amado, pelos olhos e relatos desse admirador dileto e querido, companheiro de longa convivência e partilha estudantil, estando nesse país, para aprimoramento profissional, me transporta para esse mágico lugar pela ótica de seus olhos e sensível coração.

Aprendi a admirar de longe essa cidade, pela descrição dada de cada lugar era tão apaixonante, relatava-me momentos vividos em cada vilarejo nas cidades francesas, suas estradas, as paisagens, seu povo, especialmente, em Paris. Seu encanto por esse rincão plantou em mim, a vontade de também conhecê-lo. Suas narrativas minuciosas armazenadas nas suas lembranças foram suficientes para transbordar-me em desejo e encantamento.

Fora ele que sem maiores intenções, semeou desejos, manteve acesa a chama alimentando a quimera e a esperança de conhecer o decantado lugar citado em prosa e verso, Paris ao vivo, e em cores. Quisera então os céus e o destino quem sabe, viesse a realizar esse intento, embriagada pelas sensações e encanto desse apaixonado visitante, na feliz estação outonal. Assim, me vejo em Paris e, lá estando, almejando ir mais longe e como assinala Nietzsche, “nada é tão nosso quanto os nossos sonhos”, ousei e realizei.  

Na doce, charmosa e bela Paris, cidade dos grandes romances registrados em obras cinematográficas, dos grandes amores, dos mais agradáveis aromas traduzidos pelas afamadas perfumarias, da alta-costura, dos renomados chefes de cozinha, dos grandes monumentos e, da cidade-berço da cultura, me acolhe, Paris.

Muitos compararam Paris como um grande museu a céu aberto. Tudo ali parece ter sido criado propositadamente para o encantamento e deleite de quem a visita, constatando a presença da felicidade.

Inicio essa linda história tecida sob o signo do amor, nesses ares parisienses, logo que cheguei à fantástica cidade visitando a exuberante obra arquitetônica de fama mundial da Cidade Luz: a iluminada Torre Eiffel, à noite seu brilho intenso realça a imponente “dama de ferro”. Fazia frio e mesmo com as pesadas roupas, era uma friagem sentida a nos saudar, não nos incomodava.

Em solo parisiense, outro pensamento se aflora, outra quimera guardada vem de mansinho invadir a alma: conhecer Couprvray de perto, ir a nobre casa, abrigo sagrado nos frios dias de inverno do genial Louis Braille. Esse sonho escondido, alimentado de forma silenciosa, distante, ali emerge, surge de ímpeto, e recorro aos céus para concretizá-lo. E por Deus, em companhia de outra viajante nos aventuramos a visitar o berço natal do menino que arrebatado pelo destino, deu vida e dignidade àqueles que assim como ele, experimentaram a escuridão. 

Não desperdicei a chance, e como bem assinala Sêneca, “O homem acredita mais com os olhos do que com os ouvidos”. Na ida pensava nos idealistas iluministas na fratenité, igualité e liberté, entretanto, o interesse maior era conhecer tudo aquilo que falava da liberdade dada àqueles que sem visão, encontra no pequeno e valente cientista, Louis Braille, a redenção das suas dores, livrando-os da terrível e profunda escuridão.

Tal propósito, traçado de forma inusitado, nos encaminha ao processo sócio histórico, para perpetuar a memória desse benfeitor, busquei ir ao cenário em que um dia como bem assinalou Mário Quintana: ”viver é acalentar sonhos e esperança”, e se esses são acalentados e sustentados na alma, em mim, eternizaram-se. 

Visitar a casa de um grande menino a quem o destino fere de morte, tirando-lhe a visão, aos três anos de idade, mas sua genialidade tamanha faz com que espalhasse luz ao mundo, Louis Braille, um infante de nacionalidade francesa, o criador do sistema de leitura e escrita para cegos por merecida homenagem, recebeu seu nome “Braille”.

Estar em sua casa, dá uma reviravolta íntima, fazendo brotar sentimentos de comoção, felicidade, nostalgia, mistos de alegria e tristeza, queria estar ali rodeada por todos os meus amigos, especialmente meu mentor e juntos experimentar essa mágica do encontro nessa suavidade de uma tarde de outono, parecida estação invernosa. 

Ainda do lado de fora, a espera se dá sob uma chuva de finas gotas pareciam brotadas da emoção, percebo não estar sonhando, despertada por tão límpidos pingos de chuva que cai. Convidadas a entrar nessa casa, se inicia a esperada visita diminuindo as aceleradas batidas do coração, adentramos no recinto natal do menino luz. Cheia de emoção, admiramos cada canto, cada lembrança preservada e descrita daquela família, daquelas paragens de Coupray, admiro os objetos pessoais do menino, do mestre cientista que livrou a muitos da cruel escuridão.

 Agora, debruçada em minha particular janela, olho o mundo, percebo os matizes e cores da cidade de Louis Braille, traço um novo quadro, restauro e concluo a obra surgindo um ser que presenteou a humanidade com uma singela lição cercada de abnegação e amor, estampada em seu sistema de leitura e escrita.  


O destemido Louis, criou algo adequado, manejável, exato, cabia na ponta do dedo, capaz de realizar o que a linguagem escrita e falada podia contemplar. E assim, o Sistema Braille em suas 63 combinações trouxe luz ao mundo formou todas as letras do alfabeto, acrescentou acentos, sinais de pontuação, os signos matemáticos utilizando apenas seis pontos e alguns pequenos traços horizontais.

 

E para que seu genial feito jamais seja esquecido, Paris te reverencia e te guarda em seu Panteão cuja inscrição traz o interessante brocardo: “Aux grands hommes, la patrie reconnaissante” (“Aos grandes homens, a pátria é grata”). Louis Braille nasceu no dia 04 de janeiro de 1809. E viva o precursor da inclusão social no mundo.

 

Elinalva Oliveira.   

elinalvaalves@yahoo.com.br

 

Dale! Novo álbum do músico Otavio Castro

 


A chegada de 2022 será marcada com boa música e grandes novidades para o harmonicista, compositor e multi-instrumentista Otavio Castro, que lança na primeira sexta-feira do ano (07/01) seu novo álbum “Dale!”, disponível a partir da meia-noite, em todas as plataformas de música.

“Dale!” representa uma ode à beleza musical, à espontaneidade do artista, que busca superação ao propor novas texturas sonoras. O álbum tem forte influência das harmonias universais aliadas a percussão de inspiração folclórica, demonstradas em seis faixas autorais: “Dale!”, “Pulse”, “Altar”, “Suíte Ventura”, “Dungus” e “Bom dia”. O foco desse álbum está principalmente na gaita diatônica, na gaita cromática e na gaita baixo, que juntas produzem um novo conceito de orquestração de harmônicas na forma de big band, como define o músico.

O disco tem a capa assinada por Paulo Prot, com mixagem e masterização assinadas por Cesar Santos. A faixa “Altar” conta com a participação especial do seu aluno Gustavo Dutra, considerado o mais jovem harmonicista que cromatiza a diatônica.

Para comemorar o lançamento do álbum “Dale!”, Otavio Castro fará um 'pocket show' no programa “O Rio em Pauta”, no mesmo dia (07/01), às 10h30, transmitido diretamente no auditório da Rádio Roquette Pinto (94,1 FM).

 

Conheça Otavio Castro: 

O artista tem a música no DNA; filho do compositor Everardo Castro (um dos fundadores do Clube de Jazz e Bossa nos anos 60). É conhecido no Brasil e exterior por sua trajetória na música brasileira, além de transitar pelo mundo do Jazz, já tendo trabalhado com importantes nomes da música. Otavio desenvolveu técnicas inovadoras nas harmônicas, principalmente na harmônica diatônica (popularmente conhecida como a ‘gaita de blues’), tendo criado o termo "cromatismo na harmônica diatônica"; técnica que permite a execução de todas as músicas utilizando tão somente uma harmônica afinada em dó (C) para todas as tonalidades.

Otavio Castro também é professor, tendo colaborado diretamente para a formação de uma nova geração de gaitistas, dando aulas dentro e fora do Brasil. Em 2009, participou da Convenção Anual da SPAH (Society for the Preservation and Advancement of the Harmonica), realizada em Sacramento/CA (EUA).

Álbuns: 

“Dale!” (2022), “Intensidade” (2021), “Natiumbii” (2020), “Bom Retiro” (2019) e “Promessa” (originalmente lançado em 2008).

Singles: “Festança Gaitaria” (2020) e “For Sure” (2021).


Madu celebra 2022 com novas canções

 


‘Querubim’ e ‘A Saudade’ marcam réveillon do artista, que prevê dois lançamentos por mês somente no primeiro semestre

Se é com o pé direito que o ano deve começar, Madu selou seu primeiro passo em 2022 com ‘Querubim’, single lançado no dia 1º de janeiro, na alvorada do Ano Novo. E, no embalo do amanhecer deste ano que promete, da à luz ‘A Saudade’, na próxima sexta, dia 14. As duas canções são o pontapé inicial do artista em temporada que prevê dois lançamentos mensais durante o primeiro semestre, até fechar as 12 faixas do álbum ‘Querubim’. As canções tem produção musical de Danilo Cutrim e arranjos de Jean Charnaux.

‘De repente, me senti mergulhado em Querubim como um anjo triste, agoniado pelo desamparo em que nossa sociedade se encontra. A canção tem um canto mais profundo, mais alongado, que é onde quero chegar com a minha voz’, revela. ‘Já em ‘A Saudade’, do Edu Serra, me vi às voltas com esse sentimento universal, que é uma interseção entre todos os seres humanos. Todo mundo sente, mas cada um sente de um jeito’.

 

Ficha Técnica:

Querubim

Compositor: Edu Serra

Violão e arranjos: Jean Charnaux

Produção Musical: Danilo Cutrim

Voz: Madu

A Saudade (Doce Lembrança)

Compositor: Edu Serra

Violão e Arranjos: Jean Charnaux

Produção Musical: Danilo Cutrim

Voz: Madu


SOBRE MADU:

‘Carioca’ nascido em Santa Catarina, vem de berço que o estimulou ao aperfeiçoamento na música desde a primeira infância. De formação musical ampla,experimentou aulas de violino ainda menino, instrumento que serviu de trampolim ao violão.

Mudou-se em definitivo para o Rio na adolescência, momento ideal para deixaraflorar a alma carioca que sempre o habitou. Cria do Baixo Gávea e do Posto 9,formou-se em Jornalismo e foi dono de uma rede de lojas de suco, da qual se desfez mais tarde, com a morte precoce do pai, quando sentiu inevitável a necessidade de dedicar-se integralmente ao grande prazer de sua vida: a música. Desde então se auto intitula um ‘ladrão de canções’, pelo enorme prazer que tem em destrinchar e interpretar à sua maneira canções de grandes nomes da MPB, além de suas próprias composições, que passam por um longo processo de aperfeiçoamento. Seu primeiro trabalho foi Madu (2018), onde reúne 12 faixas entre autorais e revisitas a Rogê, Marcelo D2, João Nogueira, João Bosco, Jorge Aragão Chico Sampa e Guilherme Gê, este último também responsável pela produção musical. No segundo álbum, Dharma (2020), também com 12 faixas, primorosas participações de Tom Zé, Pedro Miranda, Paulinho Moska e Luana Carvalho. Em 2021 dedicou-se à obra de Tom Zé com o álbum ‘Estudando Tom Zé’, com a benção e participação do próprio.

 MADU no Spotify:

https://open.spotify.com/artist/0obN5KVtincDY4w79r7NmD?si=j1T3s1N9TQWWFBMhx_XzqQ&nd=1

Link da Música: https://found.ee/a-saudade