Por: Wendell Lopes de Azevedo Bráulio*
Estar na moda nunca significou ter
personalidade. Diria até que são antíteses, pois a moda prevê a otimização de
resultados em produção e venda. Em outras palavras: a massificação. O
seguimento fast fashion, apesar das tentativas de conferir um caráter
personalizado as criações, tem na realidade como principal objetivo a
diminuição do tempo entre criação e venda. Alguns autores que pesquisam o
assunto – como Dário Caldas – apontam as ruas como o grande disseminador de
novas tendências. Porém, quando construímos o conceito de personalidade, ele
tem a ver com algo particular, como um “DNA” psicológico.
Estamos imersos em uma sociedade de
consumo que prevê o ter muito mais que o ser. O excesso de informação gerado,
principalmente pela internet, vem a uma década nos confundindo a cabeça e o
bolso. Devemos desacelerar, meditar, praticar, experimentar, não por
necessidade de prazer efêmero, mas com o intuito de construir experiências
sólidas. Experiências essas que serão o nosso alicerce emocional na busca da
beleza plena, onde corpo e mente, ego e self, se complementam e nos tornam
melhores no dia a dia.
Todas as estratégias de vendas
atualmente aguçam os nossos instintos primitivos, como por exemplo, os símbolos
de fertilidades: seios fartos, bum bum avantajado, divinas proporções
corrigidas com maquiagem ou, até mesmo, com cirurgias. Tudo em prol de levantar
a auto estima. Já que estamos o tempo todo, tentando enganar os nossos sentidos
e a realidade. Não é por que a marca decide contratar a top mais sexy do mundo,
que usar a roupa da grife tornaria a pessoa sexy da noite para o dia. A final
de contas, o que é ser sexy? Precisamos investir mais em nós mesmos, em nosso self
, e não nos iludirmos que o consumo nos trará a felicidade.
O estilo e a personalidade estão
intimamente ligados ao que somos. O ser é a soma de tudo aquilo que elegemos
como experiências de vida, sejam boas ou más. A bagagem cultural, espiritual e
intelectual que temos, ou que nos propomos a adquirir, é que define quem somos.
Quando decidimos o que vestir em
nosso guarda-roupa, estamos comunicando uma mensagem para quem nos observa. E
nem sempre estar na moda é a única mensagem a ser passada, muitas das vezes,
estar fora da moda pode ser a resposta correta a ser dada para determinadas
situações.
Não importa ser baixinha, gordinha
ou magérrima. O sol nasce para todos e todos os dias uma infinidade de
oportunidades se apresentam. Ter um conhecimento em moda nessas horas nos
ajuda, e muito. Existem roupas que nos alongam. Cores que nos emagrecem.
Detalhes em acessórios que podem fazer verdadeiros “milagres” em nossa
“personalidade”.
Que possamos nos tornar felizes,
não pelo que temos, mas com o que decidimos guardar e acumular dentro de nós.
*Wendell Lopes de Azevedo Bráulio é
professor do curso de Tecnologia em Design de Moda do Centro Universitário
Plínio Leite (Unipli), mantido pela Anhanguera Educacional
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