Por:
Jéssica A. Fogaça*
Quando falamos em dificuldade de aprendizado temos que tomar muito cuidado,
pois, muitas das crianças que são “enquadradas” nessa categoria não apresentam problemas para
aprender. Na grande maioria das vezes o problema está no método de ensino, que
a criança simplesmente não compreende. O problema é de “ensinagem” e não de
aprendizagem.
É comum que a criança chegue ao consultório com o encaminhamento feito pela
escola, dizendo que a ela não consegue aprender. Isso não é verdade, pois todos
temos a capacidade para aprender, mas precisamos ser ensinados. Às vezes, o
jeito que a professora explica, pode não servir para uma determinada criança,
pode ser algo muito vago ou muito complexo para ela. É importante lembrar que
cada um aprende de maneira diferente e através das suas experiências de vida.
Essas experiências devem ser levadas em conta no processo de aprendizagem.
Quando os pais recebem da escola a informação de que seu filho está com
dificuldade para aprender, devem questionar a professora sobre o que,
especificamente, a criança não está aprendendo. Qual matéria, é em algum
conteúdo em especial? Quando a professora explica ou quando ele lê sozinho? Ela
observa essa dificuldade há quanto tempo? O que ela já tentou de diferente para
ensinar a criança? É fundamental que os pais trabalhem em parceria com a
escola, entendendo a dificuldade e buscando alternativas para solucionar o
problema.
Em casa, os pais devem perguntar à criança se ela, de fato, acha algo difícil.
Se a resposta for afirmativa, devem explorar o que é difícil (ler, escrever,
entender o que a professora fala, compreender o que é para ser feito em um
exercício), se ela consegue entender melhor quando outro coleguinha explica ou
alguém da família. Também devem estar atentos para descartar qualquer problema
físico, como dificuldade para enxergar a lousa, por exemplo. Muitas crianças
tem queda no rendimento escolar devido a problemas de visão ainda não
detectados.
Agora, se a criança realmente tem dificuldade para aprender, os pais devem
buscar orientação de profissionais capacitados, como psicólogos e
psicopedagogos que irão auxiliar a família e a criança para lidar com essa questão.
Há que se fazer uma serie de observações e testes para verificar de que ordem é
a dificuldade da criança e estabelecer uma nova maneira para ensiná-la.
Mas uma coisa é certa: ela
irá aprender. Talvez em um ritmo mais lento, com os conteúdos escolares organizados
de um jeito mais simples, precisando de mais supervisão e de mais tempo. Porém,
o que nunca poderá faltar é o apoio dos pais. Com ajuda a gente consegue
superar as dificuldades com mais facilidade.
*Jéssica
A. Fogaça é Psicóloga Infantil Comportamental e Arte Educadora -
CRP 6/95913
Mini - Currículo
Psicóloga Comportamental, possui
Aprimoramento em Intervenção em Dificuldades de Aprendizagem Acadêmica e Curso
de Formação em Terapia Analítico Comportamental Infantil.
É autora do capítulo "Imagem Corporal" do livro Oficinas de Sexualidade para
Adolescentes Sob Enfoque Comportamental e
do capítulo "A Fase dos Porquês" do Manual Sexualidade Também é Coisa de
Criança.
Atua como Psicóloga Clínica e também como Palestrante, Arte
Educadora e Contadora de Histórias.
É pesquisadora do fenômeno Bullying desde 2008 e autora de artigos
sobre esse tema e Sexualidade Infantil.
Telefone: (11) 8526-2622
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