terça-feira, 2 de agosto de 2011

Encontro reforça integração entre policiais civis e militares nas UPPs

Jose Mariano Beltrame, secretário de Segurança, entre Martha Rocha, chefe da Polícia Civil e o Cel. Robson, comandante geral das UPPs / Foto: Marcelo Horn


Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, foi convidado especial do café da manhã

A chefia de Polícia Civil organizou, nesta terça-feira (2/8), em sua sede, no Centro do Rio, um café da manhã para os comandantes de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e delegados dessas áreas com o objetivo de estreitar as relações entre as duas corporações. O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, e a esposa Rita Paes foram os convidados especiais do encontro em que estavam presentes todos os capitães de UPPs e 15 titulares de delegacia. A delegada Martha Rocha deu as boas vindas a todos e anunciou que pretende organizar novos encontros este ano, embora sem marcar data.
Depois de manifestar apoio à realização de reuniões semelhantes periodicamente entre as duas corporações, Beltrame ressaltou a importância desses encontros, ao revelar que a ideia de se criar uma UPP nasceu quase por acaso, numa reunião informal das forças de segurança do Estado. Segundo ele, na oportunidade, foram discutidos assuntos como a necessidade de ocupar territórios dominados por bandidos e de como fazê-lo.
- São momentos em que as pessoas conversam à vontade e sem compromissos de dizer tudo o que pensam fazer, mas apenas numa troca de ideias muita tranquila. Essas conversas informais vão nos desafiando de tal maneira que as ideias afloram e a gente consegue realizar os projetos - confidenciou Beltrame.
O secretário disse que a presença permanente da PM por si só já diminuiu a criminalidade nas comunidades retomadas, mas que a pacificação também ajuda a integração das forças de segurança no combate ao crime no dia a dia. Segundo ele, antes das UPPs era muito difícil para a Polícia Civil cumprir mandados de prisão nesses lugares, exigindo um grande aparato policial para entrar nas favelas.
Beltrame também ressaltou que a interação entre as duas corporações, reforçadas nesses encontros informais, só soma na luta conjunta contra os criminosos de uma forma geral e para o sucesso das UPPs, especificamente. Ele argumenta que a localização e prisão de criminosos ainda presentes nas comunidades pacificadas são importantes ações da Polícia Civil para a PM manter a paz nesses lugares.
- A delegada Monique (Vidal) fez isso muito bem no Pavão-Pavãozinho e, na Cidade de Deus, as prisões já passaram de 500. Tenho certeza de que a Polícia Civil pode agora desenvolver com mais tranquilidade suas ações dentro desses territórios, mas é preciso que os PMs tragam as ferramentas mínimas para que ela possa dar continuidade ao trabalhos - pediu o secretário.



Deam Itinerante chegam a comunidades pacificadas


Segundo a delegada Martha Rocha, os dois cafés da manhã realizados já produziram resultados conjuntos. Ela citou ações, como a ida do ônibus da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) Itinerante a comunidades pacificadas, a maior facilidade de acesso de policiais civis em operações de repressão a atividades ilegais, como furtos de energia elétrica e de água nas áreas de UPPs, e o plano de realizar, a partir de setembro, um curso de capacitação dos policiais das unidades pacificadoras para ajudar no combate à violência contra a mulher, crianças e idosos.
- Percebemos que nesses locais de UPPs aumentou o número de registros desse tipo de crime, mas isso não quer dizer aumento de violência contra essas pessoas. Apenas, elas se sentem hoje mais seguras para denunciar o agressor. Queremos que esses policiais saibam identificar pessoas nas situações de risco e eles mesmos possam fazer a abordagem no sentido de conduzi-las à delegacia - propõe a delegada.
Para Marta Rocha, a interação das corporações não se limita às reuniões informais, mas que também se repete no convívio do dia a dia. Ela citou o depoimento de um delegado segundo o qual um perigoso bandido do Borel, refugiado no Complexo do Alemão, foi preso recentemente por apenas dez policiais, fato somente possível devido à ajuda das forças de pacificação.
 - O que a gente quer com esses encontros de chefias de forças policiais é fortalecer as relações individuais em cada espaço territorial. As polícias Civil e Militar devem saber que esta integração é importante tanto para chefia da Polícia Civil quanto para a Militar - frisou a delegada.
 Opinião compartilhada pelo comandante geral das UPPs, coronel Robson Rodrigues, que defende a afinação do discurso e das ações entre as duas forças de segurança na garantia da paz em áreas pacificadas e no entorno. O comandante disse que o trabalho de investigação não é atribuição da PM nem ela tem competência e instrumental adequados para a tarefa.
- Por isso precisamos do apoio da Polícia Civil. Não podemos pensar a UPP como sendo de uma só polícia. A UPP é um programa de segurança pública que envolve todas as atividades de segurança. À Polícia Civil cabe realizar as investigações. O que vai dar uma tranqüilidade aos nossos capitães e policiais é saber que aqueles criminosos que ainda estejam próximos ou mesmo dentro das comunidades, e estejam de alguma forma amedrontando os moradores, possam ser presos a partir desasas informações - argumentou o coronel Robson.
Também estiveram presentes o coordenador geral das UPPs, coronel Robson Rodrigues, o diretor geral de Polícia da Capital (DGPC), delegado Ricardo Domingues, a diretora da Academia de Polícia (Acadepol), Jéssica de Almeida Oliveira, e a diretora da Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher (DPAM), Márcia Noely, entre outros.

                                                                Fonte: Notícias do Governo do Estado Rio de Janeiro
                                                                                                                     Por: Guedes de Freitas

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