Operação teve início às 4h e
contou com a participação de cerca de 3 mil homens
As comunidades da Rocinha, do Vidigal
e da Chácara do Céu, na Zona Sul do Rio, foram pacificadas neste domingo
(13/11), sem confronto. Cerca de 3 mil policiais dos Batalhões de Operações
Policiais Especiais (Bope) e de Choque e das polícias Civil, Federal e
Rodoviária participaram da Operação Choque de Paz, que teve início às 4h e
contou com o apoio de 7 helicópteros das polícias Civil e Militar, 18 veículos
blindados dos Fuzileiros Navais e 6 do Bope. As comunidades foram oficialmente
ocupadas pelo Estado às 6h.
- Hoje é um dia histórico para
o Brasil. A retomada das comunidades foi realizada com a união das forças
policiais públicas, todos trabalhando por um bem em comum. São os três níveis
de governo juntos no resgate de comunidades antes dominadas pelo poder
paralelo. Os trabalhadores das comunidades agora terão dignidade e paz -
afirmou o governador Sérgio Cabral, durante visita feita, nesta manhã, ao 23º
Batalhão de Polícia Militar, no Leblon, onde funciona o Centro de Comando e
Controle da Operação Choque da Paz.
O governador - que conversou
por telefone com a presidenta da República, Dilma Rousseff, e o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva depois da ocupação das comunidades - ressaltou que
Rocinha e Vidigal estão em constante crescimento. Segundo Cabral, os governos
federal e estadual irão investir ainda mais nas comunidades com a chegada da
paz.
- Estamos realizando um Censo
nessas comunidades e constatamos que houve um crescimento da população de 100%:
resgatamos cerca de 100 mil moradores na Rocinha e 20 mil no Vidigal. Na
Rocinha, abrimos ruas, entregamos uma Unidade de Pronto Atendimento 24h (UPA) e
um complexo esportivo, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Faltava a paz - disse Sérgio Cabral.
Depois do processo de retomada
dos territórios antes dominados por criminosos, as comunidades receberão a 19ª
Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Estado. De acordo com o secretário de
Segurança, José Mariano Beltrame, o efetivo e o número de bases operacionais da
nova UPP serão definidos após reconhecimento do terreno pela Coordenadoria de
Polícia Pacificadora (CPP).
- No dia de hoje, concluímos a
segunda fase da operação, que começou no início deste mês. Entregamos áreas que
estavam nas mãos do império paralelo há 30, 40 anos. Os trunfos do Estado do
Rio são ação combinada e quebra de paradigma territorial. Essa fase inicial se
encerra hoje e começa um trabalho mais específico, de vasculhamento nas
comunidades. A instalação da UPP será feita de forma gradativa - afirmou o secretário.
Fuzis e granada
apreendidos
Até o momento, foram
apreendidos na operação da Rocinha 13 armas, entre eles fuzis e metralhadoras,
uma granada e 10 rojões utilizados para derrubar helicópteros, sendo que quatro
deles já estavam prontos para uso. Mais de 30 motocicletas e um carro também
foram recuperados na comunidade. No Vidigal, 16 máquinas caça-níqueis foram
encontradas, na manhã deste domingo, na calçada da Rua Olinto de
Magalhães.
Durante a coletiva
de imprensa realizada no início desta manhã para anunciar a ocupação da
Rocinha, do Vidigal e da Chácara do Céu, o chefe de Estado Maior Operacional da
PM, coronel Pinheiro Neto, pediu que a população das comunidades pacificadas
colaborasse com informações sobre a localização de criminosos e de depósitos de
armas e drogas. Denúncias podem ser feitas pelo 2253-1177
(Disque-Denúncia), 190 (Polícia Militar) ou 2332-9915 (Gabinete da Chefe
de Polícia Civil).
- Essa é uma
oportunidade única para os moradores dessas comunidades, e tenho certeza de que
o resultado vai ser positivo com a parceria da população. Essa é a nova fase da
operação, que começou há 13 dias. A próxima etapa será a busca por criminosos
que por ventura tenham conseguido deixar as localidades onde estamos
trabalhando - afirmou o coronel, que estava acompanhado da chefe de Polícia
Civil, Martha Rocha.
Integração pela paz
Cerca de mil homens da
Polícia Militar, incluindo efetivos do Bope e do BPChoque, atuam diretamente
nas três comunidades, junto com 194 Fuzileiros Navais, 160 agentes da
Polícia Federal e 46 policiais da Polícia Rodoviária Federal. A Polícia Civil participa
da Operação Choque de Paz com 186 policiais. Treze unidades de cães farejadores
da PM também estavam na missão. Outros 1,3 mil homens estão mobilizados no
apoio à Operação em diferentes pontos da cidade.
A
Operação Choque de Paz também conta com o apoio direto de 40 agentes da
Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio), 20 guardas municipais
e 37 soldados do Corpo de Bombeiros. Seis ambulâncias e 485 viaturas
da PM e 96 da Polícia Civil também estão mobilizadas na Operação. A PF está
usando 15 viaturas e a PRF 13. Nove carros do Corpo de Bombeiros estão a
postos.
Policiais foram
aplaudidos
Momentos
antes da ação na Rocinha, a maior comunidade da América Latina, o secretário de
Segurança, José Mariano Beltrame, conversou com a tropa de policiais do Bope. O
secretário motivou os policiais que participaram da ocupação. Moradores do
bairro também acompanharam a partida da tropa, que foi aplaudida. No Vidigal,
estavam a Polícia Civil e o Choque.
Fonte: Notícias do Governo o Estado do Rio de
Janeiro
Por: Marcelle Colbert
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