segunda-feira, 21 de novembro de 2011

SINTRES se mobiliza contra denúncia de assédio moral no IRB-Brasil RE



O Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Resseguros (SINTRES) solicitou à Justiça do Trabalho a abertura de Inquérito Civil Público para investigar denúncias de assédio moral contra empregados do IRB – Brasil Re.

As denúncias começaram em setembro deste ano, quando os gerentes da companhia tiveram que indicar alguns de seus empregados à demissão, após a diretoria anunciar o corte de pelo menos 10% do seu efetivo. A justificativa para a decisão foi a “falta de produtividade/eficiência”. Os que tinham tempo suficiente de contribuição para Previdência Social se aposentaram às pressas para evitar a dispensa, mas os mais novos não escaparam da demissão. O número de baixas no corpo funcional do IRB, que já chega a vinte, corresponde a 4,69% da totalidade de seus empregados, todos concursados.
 Paralelamente, a diretoria do IRB aprovou a elevação de doze para trinta e dois, os cargos de Assessores Especiais de Diretoria – AED – cujas remunerações são superiores às dos empregados concursados. Enquanto o salário de um analista está na faixa de R$ 4.500,00, a de um AED, com as mesmas atribuições, é de R$ 6.216,31. Um gerente concursado recebe na faixa de R$ 10.500,00, enquanto que um AED-Gerente recebe R$ 14.271,53.
 As denúncias de assédio moral continuam a chegar ao sindicato da categoria e incluem vigilância rígida sobre os movimentos de funcionários dentro da empresa e até proibição de conversa entre colegas no ambiente de trabalho, entre outras arbitrariedades. O SINTRES já levou o assunto à diretoria do IRB – Brasil Re, que até o momento não tomou nenhuma providencia.
 Políticos, como o Senador Francisco Dornelles – PB/RJ e os Deputados Alessandro Molon – PT/RJ e Jandira Feghali – PcdoB/RJ já se engajaram na luta contra novas demissões, em correspondência ao Ministério da Fazenda ao qual está subordinado o IRB.
 Para Francisco Carvalho, presidente do SINTRES, esse tipo de “descarte” de empregados concursados tem por objetivo dar espaço as novas contratações de AEDs. “Como o estatuto da empresa permite a contratação de empregados fora de concursos públicos, em caráter de emergência, a diretoria está se aproveitando desta brecha”, afirma ele.
 A estrutura organizacional atual já conta com uma grande concentração de cargos comissionados: para cada 2,2 empregados concursados existe um empregado com função comissionada. Com as novas contratações essa correlação crescerá proporcionalmente.

Sobre o IRB-Brasil Re

O antigo Instituto de Resseguros do Brasil, atual IRB-Brasil Re, foi criado em 1939 e, a partir de então, passou a deter o monopólio do resseguro no país, tendo suas operações garantidas pelo Tesouro Nacional. Além do monopólio, o IRB também detinha o poder de regulamentação do mercado ressegurador brasileiro. Porém, em 2007, o mercado de resseguros foi aberto para empresas privadas e o IRB passou a ser mais um “player” e vem buscando, desde então, se manter em destaque no mercado, através de investimentos em tecnologia e revisão de processos internos. Com 406 funcionários, o instituto é financeriamente bem sucedido: nos últimos dois anos, o IRB faturou mais de R$ 700 milhões de lucro líquido e tem a previsão de fechar 2011 em mais de R$ 500 milhões.

Sobre o SINTRES
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Resseguros (SINTRES) foi fundado em 1991 pelos funcionários do Instituto de Resseguros do Brasil, porém aberto à filiação de todos os trabalhadores da categoria. Sua missão é a coordenação, proteção e representação legal dos trabalhadores em resseguros em todo o território nacional.

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