Na ocasião, estabelecimentos comerciais
capacitados receberam o selo Rio sem Preconceito
A Prefeitura do Rio, por intermédio da Coordenadoria Especial da
Diversidade Sexual (CEDS), apresentou na quinta-feira, dia 24, uma pesquisa
de percepção da população realizada pela Escola Superior de Propaganda e
Marketing (ESPM) durante a 16ª Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro, em 9
de outubro deste ano. Durante o evento, realizado no Palácio da Cidade, em
Botafogo, o coordenador Carlos Tufvesson analisou os resultados da pesquisa e
aproveitou a ocasião para contemplar com o selo “Rio sem Preconceito” os
estabelecimentos comerciais capacitados com noções de obediência aos direitos
civis e cidadania.
Para a realização do estudo, o Núcleo de Pesquisa da ESPM - sob o
comando do professor e pesquisador Eugênio Giglio - disponibilizou 29
profissionais para aquele evento, onde foram entrevistadas 569 pessoas, entre
cariocas e turistas.
Durante sua apresentação, Carlos Tufvesson afirmou que os
resultados da pesquisa servirão de instrumento para a elaboração de políticas
públicas de combate ao preconceito.
- O preconceito margeia a sociedade. Por isso, a coordenadoria vem
trabalhando para que os direitos de todos os cidadãos, independente de sua
orientação sexual, sejam respeitados em nossa cidade. A partir de agora, os
números levantados na pesquisa vão fundamentar as nossas ações, transformando a
percepção em políticas públicas - disse o coordenador especial da Diversidade
Sexual, completando que a falta de informação faz com que as pessoas infrinjam
as leis e que as vítimas não busquem seus direitos:
- Pude perceber com a pesquisa que a grande maioria dos
entrevistados não denuncia os episódios de violência contra os homossexuais.
Essa cultura tem que mudar, uma vez que o poder público só pode agir quando
provocado. Além disso, vamos trabalhar nas escolas, onde os índices de
bullying de preconceito são altos (51% das pessoas afirmaram ter
sofrido bullying na escola). Vamos nos empenhar nisso. É uma preocupação
da Prefeitura do Rio que o cidadão carioca saiba dos seus direitos e deveres
para exercê-los - afirmou Tufvesson.
Ao entregar o selo “Rio sem Preconceito” aos representantes dos
estabelecimentos contemplados (hotel Marina All Suítes e restaurantes
Entretapas, Via China, Miam Miam, Oui Oui, Pizza Park, Botequim, Cake&Co e
Gula Gula), Carlos Tufvesson destacou a importância desta iniciativa:
- Trata-se de uma capacitação de estabelecimentos comerciais a
respeito das leis dos direitos civis e humanos em nível municipal, estadual e
federal. Fazemos com que as pessoas conheçam as leis para não infringi-las,
gerando um melhor atendimento para o cidadão do Rio de Janeiro e aqueles que
nos visitam. Além disso, vale ressaltar que leis valem para todos os cidadãos,
independente de orientação sexual. Por isso, são abordadas as leis Maria da
Penha e Afonso Arinos, entre outras. No momento que se sabe da existência de
uma lei, a pessoa se sente protegida e não mais à margem da sociedade. Estamos
comprometidos com isso e contamos com o apoio do prefeito Eduardo Paes -
concluiu o coordenador.
O superintendente do SindRio (Sindicato de Hotéis, Bares e
Restaurantes), Darcílio Junqueira, também falou sobre os benefícios da
capacitação:
- A iniciativa é fantástica e conta com todo o nosso apoio. O
SindRio formou uma grande turma agora e está pronto para capacitar outras. A
cidade recebe um grande número de turistas e precisa estar preparada para
recebê-los em seus hotéis, bares e restaurantes. Precisamos receber os turistas
cada vez melhor, e isso independe de orientação sexual - afirmou Darcílio.
A pesquisa:
Pelo menos 49% dos entrevistados estiveram na 16ª Parada do
Orgulho LGBT por motivação humanitária, independentemente de sua opção sexual.
A orientação sexual do público do evento foi, em sua maioria,
homossexual (43%), seguido por heterossexuais (34%) e bissexuais (21%). Deste
total, há predominância do ensino médio (47%) e do ensino superior (39%).
Dados apurados pela ESPM mostraram que o preconceito é algo
generalizado, mas o motivado por orientação sexual é ainda maior que os demais.
Uma parcela de 73% alegou que já sofreu algum tipo de preconceito, seja racial,
religioso ou social. A ordem decrescente dos locais onde se mais sofre
discriminação é: escola – trabalho – vizinhança – família.
Um dado preocupante da pesquisa é que 66%
dos cidadãos que sofreram algum tipo de violência por conta de sua orientação
sexual não fez qualquer tipo de denúncia. O desconhecimento da existência das
ONGs por 74% dos presentes no evento também é um fato a ser ressaltado.
Em relação à Lei 2475/1996, desconhecida da população até a
criação da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual, é sabida por 46% dos
bissexuais e 38% dos homossexuais.
“Estamos trabalhando para que 100% da população carioca e dos que
nos visitam possam contar com nossos serviços e ações contra o preconceito”,
frisa Tufvesson.
Fonte: Prefeitura
do Rio de Janeiro
Por: Assessoria
de Comunicação Social da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual
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