sábado, 10 de setembro de 2011

Terceira edição do Barra Sustentável teve como destaque as mudanças na área de mobilidade e acessibilidade urbana



Em sua terceira edição, o Barra Sustentável reuniu aproximadamente 250 pessoas, entre empresários, políticos, ambientalistas e entidades civis da Barra da Tijuca, na manhã de primeiro de setembro, no Sheraton Barra Hotel & Suítes. O objetivo principal do encontro foi debater questões de Mobilidade e Urbanização que afetarão a região da Barra e adjacências (nova Macrozona Condicionada) nos próximos anos, até a Copa do Mundo e Olimpíadas.
 Ana Nery, diretora de Vendas e Marketing do Sheraton Barra , deu as boas-vindas e destacou a transformação do Barra Sustentável num movimento "guarda-chuva" para todas as iniciativas pró-sustentabilidade da região.  O ciclo de palestras foi aberto pela Deputada Estadual Aspásia Camargo (PV-RJ), que destacou a complexidade e os limites do novo Plano Diretor e sugeriu a elaboração de um Plano Estratégico para a região, envolvendo empresários, comunidade e governo.  “Temos que usar o Plano Diretor como uma alavanca de crescimento sustentável, mas também trabalhar nos seus vazios, como, por exemplo, apropriação cultural, batizando as riquezas ecológicas da região, a fim de preservá-las (como foi com o Pão de Açúcar)", disse a deputada.  
 Com o tema Urbanização e Sustentabilidade, o primeiro painel teve como convidado o gerente de Obras Viárias da Secretaria Municiapl de Obras (SMO), Eduardo Fagundes, que apresentou os investimentos da Prefeitura na área da Barra e adjacências e os cuidados com a gestão ambiental. O diretor de Marketing da Carvalho Hosken, Ricardo Corrêa, falou sobre as ações de sustentabilidade e urbanização que a construtora vem realizando há 60 anos, como  espaçamento entre as edificações, criação de áreas verdes, estação elevatória de esgoto em parceria público-privada e criação do conceito de bairro-condomínio, como Península, Cidade Jardim e Rio II. José Conde Caldas, presidente da  Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (ADEMI) , destacou as dificuldades das construtoras com a estrutura de saneamento provida pela CEDAE e a migração de muitas empresas de volta ao Centro e Zona Sul, devido aos problemas de acesso à Barra.
 No segundo painel, Mobilidade Urbana e Sustentabilidade, Waldir Peres, superintendente da Agência de Transportes Urbanos/Secretaria de Transportes e Guilherme Wilson, diretor de Operação e Planejamento da FETRANSPOR, falaram sobre a complexidade da matriz de mobilidade e como a integração do Metrô/Linha 4  com o BRT e BRS (corredores dedicados na Zona Sul) irão diminuir os tempos de viagem e a emissão de CO2. Questionados sobre o terminal do metrô Alvorada, mostraram que, dentro do orçamento e do prazo existentes, o BRT é a melhor opção em termos de custo-benefício relativos à economia de tempo, inclusão para deficientes (embarque em nível) e renovação da frota, que requer motores modernos, já adotados na Europa com grandes ganhos ambientais.
 A professora de sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas, Patricia de Sá, finalizou o evento com a apresentação de um resumo dos trabalhos do concurso universitário “Nós Pela Macrozona”, que apontaram o baixo comprometimento das construtoras com a sustentabilidade, a transformação da região numa "ilha de calor", por conta das edificações sem critério, excesso de pavimentação e falta de áreas verdes (em horários do dia umidade relativa do ar fica abaixo de 30%). O alto índice de emissão de CO2 da Avenida das Américas (que só perde para a Avenida Brasil) e a substituição dos ecossistemas nativos por uma "natureza fabricada" com fins  imobiliários também foram citados.
 Algumas das soluções sugeridas foram: incluir o Parque Municipal Ecológico de Marapendi como um dos compromissos e legados da Rio 2016, criar corredores verdes e calçadas gramadas, maior fiscalização dos gabaritos e espaçamentos das edificações, despejos de esgoto nas lagoas e projetos de educação ambiental. Um abaixo-assinado com 150 assinaturas será encaminhado ao poder público e Empresa Olímpica com as demandas das lideranças da região.


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