quinta-feira, 7 de julho de 2011

Dilma e Cabral inauguram teleférico do Complexo do Alemão

Presidenta fez sua primeira viagem no teleférico e percorreu todas as seis estações

Foto: Carlos Magno 

A presidenta da República, Dilma Rousseff, e o governador Sérgio Cabral inauguraram, nesta quinta-feira (7/7), no Morro do Adeus, o teleférico do Complexo do Alemão, o primeiro sistema de transporte de massa por cabos do Brasil. Depois de três anos de obras e um custo de R$ 210 milhões, o teleférico começa a circular oficialmente amanhã, às 9h. Ligado por seis estações, a partir do terminal ferroviário de Bonsucesso, a que será integrado, ele tem 152 gôndolas com capacidade para transportar até 10 passageiros.
Dilma, que inicialmente percorreria três das seis estações, resolveu fazer todo o percurso. Ela viajou, ao lado do governador, em uma das gôndolas. Ao chegar à estação do Alemão, Dilma e Cabral entregaram à comunidade um posto do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e uma agência dos Correios. Em seguida, foram para o Morro do Adeus. O vice-governador Luiz Fernando Pezão e o prefeito Eduardo Paes também participaram da solenidade.
- Investir no Alemão e construir esse teleférico, uma obra necessária e muito bonita, mostra respeito ao cidadão, que conta com um equipamento com as melhores tecnologias de transportes de massa. Hoje, os moradores ganharam o respeito e a cidadania que merecem. Eles terão acesso a equipamentos de cultura e muito serviços públicos. Tenho orgulho de ter feito parte do processo de pacificação das comunidades - afirmou a presidenta.
Depois de agradecer pelo apoio do ex-presidente Lula e da então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff para viabilizar as obras do PAC em comunidades carentes do estado, Cabral lembrou o momento em que decidiu incluir a implantação do teleférico nos projetos previstos para o Complexo do Alemão. Ele disse que, em março de 2007, foi a Medellín em companhia do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, para conhecer o processo de pacificação nas comunidades daquela cidade e visitou o teleférico de lá.
– Na época, pensei: como é que pode uma cidade tão mais pobre do Rio de Janeiro, como Medellin, ter um teleférico com urbanização e paz? Não vamos ter um no Rio de Janeiro? Então, hoje, estamos dando dignidade e mobilidade às pessoas que gastavam uma hora, uma hora e meia, para se locomover. Pessoas idosas que não conseguiam sair mais de suas casas por causa das dificuldades para enfrentar os obstáculos e hoje vão poder sair e receber visitas. Por isso, eu peço a todos compreensão, solidariedade e muito cuidado com o teleférico – disse o governador.
O sistema, que terá manutenção e operação da SuperVia, vai fazer 30 mil viagens por dia, quando estiver operando normalmente. A primeira etapa servirá como treinamento para os usuários porque o embarque e o desembarque são feitos com as gôndolas em movimento. Durante o primeiro mês, as passagens serão gratuitas. Depois, cada morador cadastrado poderá fazer duas viagens diárias de graça, mas pagará R$ 1 pela passagem extra, o mesmo valor cobrado de visitantes.
O teleférico tem uma extensão de 3,5 quilômetros, a partir de Bonsucesso até Fazendinha/Palmeiras, passando pelas estações do Adeus, Baiana, Alemão e Itararé em 15 minutos, 35 minutos a menos do que uma viagem de ônibus. Em cada estação, haverá a prestação de serviços e espaços de cultura e lazer, como biblioteca, quadra poliesportiva, posto do Detran, agências bancárias e caixas eletrônicos, unidades de INSS e posto dos Correios, entre outros.


Moradores comemoraram inauguração 

A dona de casa Rosinete Augusto Nascimento, de 38 anos, é uma das moradoras do Alemão que tiveram a vida transformada pela pacificação. Citada pela presidenta Dilma como exemplo durante o discurso de inauguração do teleférico, Rosinete pensava em deixar o Morro da Baiana para buscar um lugar melhor para viver, mas desistiu depois que as melhorias começaram a chegar na comunidade onde vive há 19 anos.
- Estou muito feliz porque agora posso criar os meus filhos, Thiago e Maria Clara, no morro. Hoje, me orgulho da comunidade onde moro. Vou poder pegar o teleférico em frente à minha porta. Nunca imaginei que ganharíamos um beneficio como o teleférico, que vai ajudar a minha família a fazer coisas básicas, como ir ao supermercado e ir ao cursinho - contou Rosinete.
Ansioso com o início da operação do teleférico, o aposentado Manuel Ferreira, morador da Nova Brasília há 30 anos, nunca tinha circulado pelo complexo. Com o novo meio de transporte, ele poderá visitar parentes e vizinhos e ter acesso a outros pontos da região.
- Eu estou muito feliz com o teleférico. Quero muito dar o meu primeiro passeio ainda hoje. Vai facilitar a minha vida e ainda poderei fazer turismo. Além do teleférico, que tem estações lindas, estamos ganhando muito com a pacificação: mais obras, dignidade e emprego. Temos muito o que festejar - afirmou Seu Manuel, que tem 75 anos.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, Robson Sensação e Ana Paula Gomes, moradores do complexo, também estão comemorando a inauguração do meio de transporte que facilitará a vida da população. Ana Paula nasceu na comunidade há 35 anos e Robson mora há 20 anos, e sabem bem das dificuldades de locomoção.
- Para nós, o teleférico será um diferencial. É uma obra que valoriza as nossas casas, facilita a chegada em outros pontos e permite que possamos até fazer compras, sem termos que carregar peso durante o percurso entre o asfalto e o morro. A melhoria será enorme - contou Robson.
O Governo do Estado também está desenvolvendo um projeto para estender a linha do teleférico até a Igreja da Penha e ao Estádio João Havelange, o Engenhão, a partir da estação Fazendinha.


Obras do PAC no Complexo do Alemão


Somente no Complexo do Alemão, o PAC já entregou 728 Unidades habitacionais, o Colégio Estadual Jornalista Tim Lopes, um complexo esportivo, um Centro Educacional de Educação Tecnológica e Profissionalizante (Cetep), uma UPA 24 horas, áreas de lazer e esportiva, a instalação de 24.291 metros de redes esgotos, 15.400 metros de redes de drenagem e a pavimentação de 30 quilômetros de rua.
Famílias que moravam em áreas de risco foram retiradas e realocadas em 592 apartamentos nos condomínios Jardim Acácias e Jardim Palmeiras, construídos pelo Programa Federal Minha Casa, Minha Vida. Estão em construção ainda 192 imóveis. Todas as obras foram realizadas com recursos dos governos federal e estadual, totalizando R$ 725 milhões.


Fonte: Notícias do Governo do Estado Rio de Janeiro
                                                                                         Por: Marcelle Colbert e Guedes de Freitas

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