quarta-feira, 4 de maio de 2011

Mutações do Mundo Contemporâneo pós Escola de Frankfurt

A excelência na produção do conhecimento científico, tecnológico, artístico e cultural deve-se ao avanço tecnológico do mundo contemporâneo, que vem corroborando para a produção dos bens - de consumo e simbólicos - nos diversos segmentos do mercado consumidor e das sociedades capitalistas e, como destaca o autor John Naisbitt: ”Quanto mais universais nos tornamos, mais tribalmente agimos.[1]
No Brasil, as manifestações culturais tornam-se cada vez mais importantes, reforçando a identidade desse país da América Latina, atendendo às necessidades de cada cidadão-consumidor e alimentando a indústria cultural - termo cunhado pelos teóricos Theodor Wiesengrund Adorno, Doutor da filosofia da Estética, Músico e Vanguardista; e Max Horkheimer, Doutor em Ciências Sociais, pioneiro na concepção histórica. 
A partir do exame crítico, esses pensadores exerceram poderosa influência sobre os movimentos de contestação da segunda metade do século XX, nas sociedades desenvolvidas. Principalmente em relação à arte e a atual cultura, produzida e difundida pela tecnologia da comunicação de massa, em que duas posições se antagonizam: Os Apocalípticos e os Integrados. O último grupo, com uma visão integrada com origem na Escola Norte-americana, sustentando de forma otimista, a crença do progresso técnico e material da atual sociedade de massa, fazendo a apologia dos meios de comunicação – onde ocorreu à democratização cultural e a massa tornou-se o alargamento cultural e limitado de todos os segmentos sociais.  Já os Apocalípticos eram os defensores da razão crítica e do humanismo: a valorização social do cidadão. Analisavam de forma pessimista a ordem capitalista e, questionavam a vitória da tecnologia sobre a razão crítica e sobre o homem. 
 A Teoria Crítica realiza a incorporação dos pensamentos de Adorno e Horkheimer e, também, dos teóricos Herbert Marcuse e Walter Benjamim – autor do artigo de 1935 “Obra de arte na era da reprodutibilidade técnica” – onde o autor destaca o papel da arte na sociedade pré-industrial, que está ligada ao produto único, onde o original difere-se da cópia, no contexto da originalidade e unicidade; e a previsão das mutações ocorridas no decorrer dos anos.
Na modernidade, existe a consciência do tempo e da história, e a proposta de projetos de cultura e arte para a sociedade - enquanto que, na Pós-modernidade ocorre a atemporalidade histórica e a valorização da aparência, do “presenteísmo” (o imediatismo), a fragmentação e o pastiche, principalmente nas artes, tornado-se uma cultura de “sintomas”, no contexto da  atualidade.
Os precursores da Escola de Frankfurt afirmavam que a  indústria cultural servia para “criar necessidades”, adaptando seus produtos ao consumo, submeter à cultura em um efeito dos interesses da produção técnica maquinária, sustentada pelos oligopólios e direcionada para a maior eficiência mercadológica.Imbuídas de uma ideologia dominante, a Publicidade e a Propaganda são o sustentáculo das mídias, gerando o triângulo empresa, cliente e marketing, onde o produto cultural é submetido ao planejamento, levantamentos estatísticos (Ibope e audiência) e às inovações tecnológicas.A mídia também passa a desenvolver importante papel. Entre outras características importantes, a mídia possui um grande potencial ideológico, que se manifesta em seu poder de propor representações e articulações de significados instantaneamente a uma quantidade enorme e indistinta de pessoas[1], como destaca o autor Gastaldo no seu livro “Pátria, Chuteiras e Propaganda: o brasileiro na publicidade da Copa do Mundo”.
Atualmente a informação permeia todos os segmentos e classes da atual sociedade mundial tornando–se, muitas vezes, mediadora de hábitos e costumes de um determinado povo e Adorno previra, de forma elitizada, o negativismo da contemporaneidade e, segundo o autor Stuart Hall: “no mundo moderno, as culturas nacionais em que nascemos se constituem em uma das principais fontes de identidade cultural”[2]. A concepção de cultura de massas vem sofrendo um processo de legitimação social, enquanto identidade cultural de um determinado povo e a “desterritorialização”, sob a forte influência da globalização, atingindo as classes de todas as sociedades.Segundo Stuart Hall,a nação não é apenas uma entidade política, mas algo que produz sentidos, um sistema de representação cultural”[3]. (2002:49).
A globalização, inserida no contexto da atualidade, começou com o Fordismo no sistema de produção em série, onde já havia o sistema de controle através do panoptismo, já utilizado nas fábricas dessa época. O autor Sygmunt Bauman cita tal fato no seu texto “Depois da Nação-estado o quê? Esse autor anuncia o chamado” Pós-modernismo “(termo não muito bem aceito por alguns acadêmicos e teóricos). Para Canclini ,“a multiculturalidade é um tema indissociável dos movimentos globalizadores[4].(1999:11). Tal Período sucede a vanguarda e “extrapola” todos os antigos conceitos, e o capitalismo imperativo dos novos tempos, assume as próprias condições sem anular um possível pensamento crítico, nas ditas sociedades de consumo.
Seguindo essa linha de pensamento, o exemplo do 11 de setembro de 2001, ato terrorista que marcou para a sempre a humanidade, influenciando todos os setores dos países da América-Latina e demais sociedades capitalistas. Sobre as torres gêmeas, que eram o emblema de uma potência, o autor Baudrillard destaca: ”Como se essa potência arrogante cedesse bruscamente sob o efeito de um esforço demasiado, o de querer ser o único modelo do mundo[5], contrapondo-se ao pensamento de Horkheimer que destaca a transformação da sociedade capitalista num socialismo fundado na razão e na liberdade, assegurando o bem-estar de todos os cidadãos.
 Em 2003, o 11 de setembro foi data especial – comemorou-se o centenário de Theodor Adorno - filósofo alemão, precursor da Escola de Frankfurt que, ao longo dos anos, vem promovendo embasamento acadêmico, intelectual e político no panorama atual das sociedades mundiais, através dos pressupostos e conceitos inseridos nas suas obras.   









BIBLIOGRAFIA
BAUDRILLARD, Jean. “Power Inferno”. Porto Alegre: Salina, 2003.Pág.14/15.
BAUMAN,Sygmunt.“Globalização: Conseqüências Humanas”. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999”.
CANCLINI, Nestor Garcia.”Consumidores e Cidadãos”.  Rio de Janeiro:UFRJ,1999.Pág.11.
GASTALDO, Édison. “Pátria, Chuteiras e Propaganda: o brasileiro na publicidade da Copa do Mundo”. São Paulo: Unisinos, 2002.
Pág.211.
HALL, Stuart.”A Identidade Cultural na Pós-Modernidade”. 4ª edição.Rio de Janeiro: DP& A, 2000. Pág. 47/49.
NAISBITT, John. “Paradoxo Global”. 2ª edição. Rio de Janeiro: Campus, 1994. Pág.20
OBRAS DE REFERÊNCIAS
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. “Novo Dicionário da Língua Portuguesa”. 1ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975.
Novo Aurélio Século XXI – Versão 3.0

Jornais:
O GLOBO – RIO
Terça-feira, 9 de setembro - pág.17
Matéria
A GAZETA – Vitória
CADERNO DOIS
Domingo, 7 de setembro
Matéria: A marca de Adorno

Sites:
http://www.popcultures.com/theorists/adorno.html
http://www.wikipedia.org/wiki/September_11


[1] - GASTALDO, Édison. “Pátria, Chuteiras e Propaganda: o brasileiro na publicidade da Copa do Mundo”. São Paulo: Unisinos, 2002. Pág.211.

[2] - HALL, Stuart.”A Identidade Cultural na Pós-Modernidade”. 4ª edição.Rio de Janeiro: DP& A, 2000. Pág.47.

[3] - HALL, Stuart.”A Identidade Cultural na Pós-Modernidade”. 4ª edição.Rio de Janeiro: DP& A, 2000. Pág. 49.

[4] - CANCLINI, Nestor Garcia.”Consumidores e Cidadãos”.  Rio de Janeiro:UFRJ,1999. Pág.11

[5] -  BAUDRILLARD, Jean. “Power Inferno”. Porto Alegre: Salina, 2003. págs. 14/15.






[1] - NAISBITT, John. “Paradoxo Global”. 2ª edição. Rio de Janeiro: Campus, 1994. Pág.20





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