segunda-feira, 23 de maio de 2011

UPPs vão receber investimento de R$ 3 milhões em armas não letais

Utilização de equipamentos é reflexo da política de segurança que visa à diminuição do número de mortes violentas no estado


 Foto: Rogério Santana


As 17 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do estado vão receber, nos próximos meses, um investimento de cerca de R$ 3 milhões em armamento não letal. O material vai complementar o já utilizado por policiais em situações de mediação de conflitos e dispersão de multidões. No kit de armas estão pistolas elétricas, carabinas com balas de borracha, spray de pimenta, gás lacrimogênio e granadas de luz e som, que foram apresentados pela Polícia Militar nesta segunda-feira (23/5).
 A utilização deste tipo de armamento já acontece de forma experimental em todas as UPPs desde julho do ano passado. Os policiais, durante a etapa de formação, recebem treinamento para utilizar armas não letais e, após a chegada do novo material, terão a oportunidade de participar de aulas práticas sob orientação de agentes do Batalhão de Choque, especialistas na área. Segundo o coordenador geral das UPPs, coronel Robson Rodrigues, o uso deste tipo de arma é um reflexo da política de segurança pública do Estado.
 - As ações da Secretaria de Segurança são todas no sentido de diminuir a letalidade, estabelecendo metas de redução dos crimes mais violentos e, para a polícia, diminuindo os autos de resistência. Então, a introdução de um equipamento que demonstra uma cultura de paz, de preservação da vida, é completamente adequada à prática da polícia como um todo e, claro, também nas UPPs. Estamos em um processo de transição. Nós vivíamos em um estado de medo exacerbado, e as ações têm impactado na sensação de segurança e tranquilidade – disse o coronel.
 Entre as armas apresentadas pela polícia está o taser, uma espécie de pistola elétrica que paralisa a pessoa contra quem foi disparado. Atualmente, após uma doação feita pelo Ministério da Justiça, cerca de 400 equipamentos desse tipo já são utilizados em UPPs. O coronel Robson Rodrigues explica que o trabalho dos policiais nas comunidades pacificadas pede esse tipo de arma.
 - Durante o carnaval, quando as pessoas se aglomeram e acabam passando de seus limites, vimos algumas situações em que as armas não letais teriam uma utilidade importante. A granada de luz e som, por exemplo, é capaz de dispersar uma multidão sem que haja o risco de ferimentos. Fora isso, no dia a dia, as situações acabam sendo de briga de vizinho, reclamação de barulho, e o uso desse tipo de armamento é interessante no caso de conter uma pessoa mais exaltada.
 Para o comandante do Batalhão de Choque, tenente-coronel Waldyr Soares Filho, experiente no manuseio dos equipamentos não letais, a população aceita melhor esse tipo de abordagem.
 - Nós vivemos no passado uma ideia de que a polícia era truculenta e que resolvia as questões de segurança pública por meio do uso da força. Estamos vivendo uma mudança. O formato hoje é de uso regressivo da força: verbalização, convencimento, uso de força mínima, no caso de alguma resistência passiva, e, quando há uma resistência ativa, partimos para o uso de armas não letais. Só em último caso, quando há a possibilidade de ferir o policial ou outra pessoa, é indicado o uso da arma de fogo.


Fonte: Notícias do Governo do Estado
Por: Letícia Sicsu

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